quinta-feira, 8 de abril de 2010

A Era dos Sonhos II.

A primeira Postagem trata da introdução à idéia de criação de um dispositivo de compartilhamento de dados. O segundo artigo, embora possua muitas idéias elaboradas por mim, algumas são baseadas em pensamentos de procedência, por enquanto, desconhecida. Tive conhecimento de certa Tese através de uma conversa com um erudito amigo meu, pedi fontes, e ele, porém, não me soube dizer onde havia lido. Mas, ele disse que poderia providenciar. Portanto, talvez eu possa futuramente dar informações mais esclarecedoras acerca das fontes ideológicas expressas no artigo.

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Segundo algumas informações, em 50 anos, os computadores estarão em uma fase tão extrema de sua expansão que poderão desbancar a criatividade humana. Esse crescimento veio se tornando claro no século XX, e ficou evidente quando o supercomputador Deep Blue derrotou em uma partida de xadrez o maior campeão de sua época, Garry Kasparov. Um episódio que chegou a se tornar alvo de batalha jurídica e ilustra muito bem o exponencial avanço na área da computação. Agora, e se, essa tecnologia for aplicada na evolução mental da humanidade?

O dispositivo

Sem fugir da idéia expressa no último artigo, o dispositivo não aponta somente à uma rede global de mentes conectadas à um conhecimento comum, aliás isso pode ser demasiado arriscado à sociedade. Se é um sistema, pode ser invadido. Portanto o controle de mentes poderia ser cogitado e mais possível de ser colocado em prática.
Mas partindo do pressuposto que o mesmo pode ter contato com nossos processos mentais, podemos admitir que também possa ser associado a um expansor mental, o qual auxilia os nossos neurônios. Como por exemplo, eliminando o esquecimento: gravando informações e compartilhando-as constantemente com nossas mentes. Isso acaba incluindo também uma evolução exponencial nas capacidades cognitivas, processando cálculos, reproduzindo movimentos complexos e etc..

Talvez, essa possibilidade venha desafiar até mesmo a engenharia genética quanto a evolução humana, uma questão polêmica que pretendo abordar em outro artigo no momento oportuno.
Mas voltando ao tema. Quando se trata de um segundo cérebro, há um incrível leque de possibilidades . Porém o mais interessante seria seu impacto na sociedade. É disso que se trata a Era dos Sonhos, sua possível movimentação no modo de vida global.

A Era dos Sonhos

O mundo de especialistas está dissolvido! Todas as mentes, antes disciplinares, tornam-se o expoente da polimatia. Um mundo de homens renascentistas surge no horizonte do tempo e oferecem esperança de um momento de onisciência e esclarecimento!

É talvez o estágio mais evoluído da sociedade, onde todo homem tem acesso à qualquer tipo de informação à todo momento e capacidade de armazenamento mental ilimitado. Nesse quadro social, o mais conceituado não é o mais capaz de armazenar informações, mas o mais criativo.

Mas para alcançá-lo, é necessária uma longa série de revoluções. Pois, como sabemos, a relação ciência e poder é ligada a cordas de aço no mundo atual. Assim como, a descoberta de uma fonte de energia não poluente, ilimitada e gratuita seria uma empreitada arriscada e profunda contra os grandes e os poderosos; assim seria a provável criação do dispositivo, ou ao menos sua distribuição. Em contraponto, pode-se pensar no fato de que, no mundo capitalista, seria necessário seu aprimoramento constante do aparelho para render lucro ao fabricante. A evolução do sistema operacional do Windows mostra bem o que quero dizer, foram criadas várias versões para que houvesse lucro constante. Isso tornaria a tecnologia muito mais acessível, pois, como podemos ver, uma boa parte da população urbana possui acesso ao computador.

Outra questão interessante é o progresso científico, a reflexão epistemológica e o estudo do pensamento nessa Era. Quanto ao avanço na ciência, há poucos a se comentar. É uma lógica matemática, quanto mais acessibilidade ao conhecimento, mais conclusões são tiradas e o arquivo se expande. A relação com o estudo do conhecimento e a ciência cognitiva é que conforme o conhecimento evolui, a mentalidade se torna mais interdisciplinar. O pensamento se torna amplo e, assim, mais completo.

Conclusão

Como se tornaria a sociedade? Como já foi falado, é provável que seja organizada de acordo com o potencial criativo e, quem sabe, aos moldes capitalistas mais desenvolvidos como ocorre nos paises da Escandinávia (IDH médio de 0,963), Austrália (0,970), Canadá (0,966), entre outros. É muito interessante especular sobre isso, pois podem ser vistas milhares de possibilidades espalhadas disformemente nas idéias, mas eu acredito essa que "onisciência" seja uma das chaves para uma sociedade mais igualitária e tenho esperanças de um dia, quem sabe, ver a fuga para fora da Pré-História da Humanidade.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A Era dos Sonhos I.

No dia 19 de Dezembro de 2009, houve a queima de uma gigantesca biblioteca racional. Morreu de problemas cardíacos o Rain Man Kim Peek. O homem que era considerado um Mega Savant, podendo ser taxado de génio em 15 áreas diferentes, de Literatura à Geografia. Sendo também músico, podia tocar todo o repertório clássico no piano e realizar improvisações resultantes da junção de vários estilos e da criação de novos. Era, porém, vítima de défices sociais e motores, vivendo na dependência de seu pai. Sofria de uma espécie de autismo. Era como se em um mar de incapacidades, houvesse uma ilha de genialidade. Estima-se que no momento de sua morte já possuísse mais de 9000 volumes em sua mente.


Bem, o caso do sr. Peek o qual está exposto faz uma simples ilustração ao que quero passar.

Partirei para outro campo agora, deixarei uma citação de Conan Doyle em seu livro Study in Scarlet, onde seu personagem Dr.Watson surpreende-se com a ignorância de seu companheiro, maior detetive da ficção Sherlock Holmes, acerca do modelo Heliocêntrico:

"[...]
Por outro lado, a sua ignorância era tão notável quanto sua cultura. Sobre literatura, filosofia e política contemporâneas, parecia saber pouco ou nada. Ouvindo-me citar Thomas Carlyle, perguntou-me com a maior ingenuidade quem era e o que tinha feito. A minha surpresa atingiu o máximo, no entanto, quando verifiquei por acaso que ignorava a teoria de Copérnico e a composição do sistema solar. Ver uma pessoa civilizada, em pleno século XIX, desconhecer que a terra girava em torno do sol parecia-me um fato tão extraordinário que eu mal podia acreditar nele.

-Você parece atónito - disse ele, sorrindo ante minha expressão de surpresa. - Pois, agora que sei disso, tratarei de esquece-lo o mais rápido possível.

-Esquece-lo?!

-Veja - explicou-me: - Considero o cérebro de um homem como sendo um sótão vazio, que você deve mobiliar conforme tenha resolvido. Um tolo atulha-o com quanto traste vai encontrando à mão, de maneira que os conhecimentos de alguma utilidade ficam soterrados, ou, na melhor das hipóteses, tão escondidos entre as demais coisas que lhe é difícil alcança-los. Um trabalhador especializado, pelo contrário, é muito cuidadoso com o que leva para o sótão de sua cabeça. Não quererá nada mais além dos instrumentos que possam ajudar no seu trabalho; destes é que possui uma larga provisão, e todos na mais perfeita ordem. É um erro pensar que o dito quartinho tem paredes elásticas e pode ser distendido à vontade. Segundo as suas dimensões, há sempre um momento em que para cada entrada de conhecimento a gente esquece qualquer coisa que sabia antes. Consequentemente, é da maior importância não ter fatos inúteis ocupando o espaço dos úteis.
[...]"

O especialista...

"... é o homem que sabe cada vez mais sobre cada vez menos e acaba sabendo tudo sobre nada!" (George Bernard Shaw)

O que é melhor? Saber tudo sobre nada ou nada sobre tudo.

Hoje, com o exponencial crescimento do saber da humanidade, cada indivíduo ávido por conhecimento tem de fazer tal escolha. Mas, você já pensou na hipótese de que todo ele pudesse ser compartilhado com cada homem na face da Terra?

Vivemos na Era da Informação, onde a tendência é que o poder escape para a mão dos que são detentores de mais conhecimento e mais capazes de aplica-lo. Porém, ponho a seguinte questão: e se... com o avanço das ciências neurorobóticas e da informática, as quais inevitavelmente serão impulsionadas nesta década e em suas sucessoras, fosse criado um dispositivo onde se pudesse conectar a mente dos seres humanos á um HD global, o qual fosse organizado de modo que as descobertas da humanidade fossem comuns à todos. De forma que não houvesse mais a necessidade de bibliotecas, ou qualquer outro meio de armazenamento. Como se todas as mentes tivessem um cérebro extra onde pudessem consultar livros, partituras, fatos históricos, como se estivessem consultando sua memória.

Por enquanto, não levarei em consideração o processo de estagnação social que passaria a humanidade antes do momento em que todos fossem alcançados pela dádiva de possuir um arquivo de conhecimento comum.

Somente penso na esperança de que um dia nos cheguemos a esse ponto, estaríamos entrando na Era dos Sonhos, pois o vencedor não seria o mais aplicado, seria o mais Criativo.

Continua...